A ação política do SINPRO-SP: organizar professoras e professores, lutar e vencer

A imagem usada pelo jornal El País traduz a simbologia da prática política e sindical: os trabalhadores constroem a si próprios como força coletiva, mas constroem também individualmente a consciência de que são parte dessa luta

Nossa categoria, nos diversos níveis de ensino em que atua, é formada hoje em São Paulo por mais de 40 mil professores. Essa dimensão, que não é meramente quantitativa, mostra o encantamento da nossa força, mas também evidencia dificuldades muito grandes: a identificação da heterogeneidade das reivindicações desse conjunto, a capacidade de sua mobilização, a defesa dos direitos relativos às nossas práticas coletivas e  específicas, a denúncia e a luta contra as ameaças que as escolas sistematicamente fazem a esses direitos.

A Chapa 1 não tem a resposta pronta para todas essas questões, mas está convencida de que é necessário cumprir alguns pressupostos para que os desafios que elas representam sejam vencidos,

Em primeiro lugar, é preciso ampliar ainda mais o número de sindicalizados. O SINPRO-SP está entre os sindicatos brasileiros cujo número de sócios em relação ao universo total da categoria que representa é dos mais elevados (perto de 2/3). Ainda assim, no entanto, sua força política e reivindicatória exige que a meta a ser atingida no período da próxima gestão amplie essa proporção. A essência da ação política do sindicato é a identidade de objetivos e de propósitos que ele constrói junto aos companheiros e companheiras da nossa categoria. A concretização disso é a ampliação da sindicalização, já que um nível de associação expressivo é um capital político fundamental para a atuação da nossa entidade.

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informações fundamentais que vinculam a prática política do SINPRO-SP ao cotidiano de professoras e professores

Em segundo, a mobilização em torno das nossas lutas, no estágio a que chegou, terá que ter continuidade na ampliação da base democrática de discussão dos direitos já conquistados e de seu aperfeiçoamento. Não se trata apenas de, com isso, garantir que em cada escola sejam as professoras e os professores os sujeitos principais de sua defesa, mas ampliar as regras legais e convencionadas que contemplem as consequências dos diversos processos de mudança e inovação das atividades de natureza educacional: o trabalho desenvolvido com as tecnologias da informação e da comunicação (TICs), o esforço extra-aula que esse trabalho exige (a hora-tecnológica), as disposições que devem regular as práticas e o preparo docente em EAD, os compromissos extenuantes que a complexidade gerencial da escola-empresa quer despejar sobre a natureza do que fazemos, às vezes violentando-a com sua precarização.

Por último, nossa proposta é a de multiplicar fortemente a presença de delegados sindicais por escola, permitindo que o SINPRO-SP tenha como um de seus instrumentos de consecução dos objetivos expostos acima um coletivo de representantes dos docentes que se constitua em instrumento sistemático de mobilização. Na prática, professoras e professores têm que estar representados em seus locais de trabalho por companheiras e companheiros que atuem como elo de fortalecimento da luta coletiva.

Há contudo um outro conjunto de temas com os quais o sindicato tem que estar permanentemente sintonizado. É o caso, por exemplo, de diretrizes de natureza educacional (administrativa ou pedagógica) cuja abrangência afeta a escola privada e sobre as quais nossa responsabilidade de educadores não pode se furtar. Questões que dizem respeito à organização curricular da Educação Básica, por exemplo, ou aquelas relativas aos sistemas de avaliação dos diversos níveis de ensino, problemas relacionados às práticas da EAD, aos planos de carreira ou à autonomia universitária, todo esse conjunto de problemas sempre esteviveram e devem continuar estando na pauta de ação do SINPRO-SP pois falam de perto sobre a natureza do trabalho docente e sobre seu compromisso social.

É em razão da amplitude desses compromissos que o sindicato desenvolve ações que asseguram a professoras e professores das escolas particulares de todos os níveis sua inserção na pauta das políticas educacionais em curso no país, mesmo quando aparentemente não dizem respeito a elas, como é o caso da regulação das despesas públicas com o ensino ou com a pesquisa ou ainda medidas que dispõem sobre a atuação da escola privada – exemplos de temas que afetam nossa categoria e nossa sociedade.

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Nossa categoria recebe semanalmente as principais notícias sobre as lutas que desenvolve. Além disso, o portal do Sindicato tem sido valioso instrumento de informação e de mobilização. A Chapa 1 quer incrementar ainda mais essa prática.

Nesse sentido, a Chapa 1 propõe que o SINPRO-SP mantenha de maneira sistemática e organizada a discussão sobre essa variedade de temas, das particularidades trabalhistas e corporativas à universalidade das questões relativas às políticas educacionais.

Além disso, é necessário manter e dinamizar ainda mais as práticas da comunicação  com a categoria e com a sociedade, práticas essas cuja eficácia parece ter ficado demonstrada na campanha de 2018 e nas lutas intermitentes do sindicato ao longo das últimas gestões.

Acreditamos que o processo comunicacional não tem apenas uma dimensão verticalizada que corresponde ao papel da entidade como força organizadora de professoras e professores; tem também uma dimensão horizontal construída nas redes sociais de compartilhamento autônomo e associado de informação. A tarefa que emerge dessa realidade dinâmica é a continuidade no  desenvolvimento de um forte setor de comunicação no SINPRO-SP que funcione com um núcleo irradiador das práticas políticas e das discussões acumuladas que  sua ação política consrtrói.

Ao lado da visita dos integrantes da diretoria do SIPRO-SP nas escolas e da ação de agentes sindicalizadores em contato direto com professoras e professores em seus locais de trabalho, acreditamos que será possível intensificar e consolidar a transparência com que o sindicato atua nos processos de deliberação coletiva: assembleias pautadas publicamente tanto na direção das campanhas reivindicatórias como naquelas que dizem respeito às políticas de sustentação material e financeira do SINPRO-SP, tema que discutimos adiante.

FepespNossa entidade integra o movimento sindical dos professores em nível estadual e nacional participando ativamente de suas realizações e deliberações. No plano estadual, o SINPRO-SP é um dos sindicatos fundadores da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (FEPESP) entidade que ampliou de forma decisiva sua presença política e orgânica no movimento dos professores das escolas particulares.

ConteeO mesmo ocorre, em âmbito nacional, com a Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE): tendo participado ativamente de sua fundação, o SINPRO-SP  mantém com a entidade laços estreitos de cooperação politica graças à qual mantemos nossa articulação com lutas do movimento dos professores e professoras de todo o país.

A posição da Chapa 1 é a de fortalecer essas entidades e de manter com elas a mais ampla interação.

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